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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Há um atlas para descobrir as paisagens portuguesas que vêm nos livros


Artigo de CRISTIANA FARIA MOREIRA para o jornal Público, em 16 de agosto de 2017:

A base de dados do atlas reúne quase 7 mil excertos recolhidos por "leitores de paisagens literárias", em mais de 350 obras, de 170 escritores, do século XIX aos dias de hoje. Mas ainda "há tudo por fazer".

"Hoje à tarde, quando visitava as penedias do Sirol — uma maravilha que a erosão das águas ali fez — e pasmava diante de uma inacreditável fachada românica natural, o bandido de um moleiro, a quem perguntei se aquilo não lhe dizia nada lá por dentro, respondeu-me tal e qual:

— Para quem nunca viu pedras..."

Conhecemos os nossos arredores, acostumamo-nos à paisagem que vemos todos os dias. E caímos no erro do moleiro que Miguel Torga escreveu num dos volumes do Diário, na entrada Leiria, 25 de Novembro de 1940, que se encerra na cegueira do quotidiano e não consegue olhar à volta e apreciar os elementos naturais e culturais que lhe compõe o dia-a-dia. Falta-nos, muitas vezes, encontrar-lhes um "significado", diz Ana Isabel Queiroz, a investigadora que coordena um projecto de investigação que quis criar uma espécie de atlas que nos permite calcorrear Portugal de Norte a Sul, guiados por escritores que pararam para observar a paisagem e que depois a escreveram.

Nascido para "valorizar a literatura e o território", as palavras e as paisagens, o património natural e cultural, como “elementos-chave das identidades locais e regionais”, o Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental funciona como um repositório de excertos literários de obras do século XIX até à actualidade. São compilados e classificados numa imensa base de dados, construída a muitas mãos, que agrega descrições de paisagens e as georreferencia de maneira a que se possa viajar pelo território e pela literatura ao mesmo tempo.

De que forma é que a literatura pode contar a história de um lugar, de uma rua, de uma aldeia, de uma cidade? "A literatura, o texto, é uma representação daquele território e ao lê-lo através daquela descrição, estamos a conferir-lhe significado. Estamos a dar-lhe a profundidade histórica, social, política, económica, humana. Deixa de ser um espaço sem sentido para ser um espaço com significado", explica a investigadora ao PÚBLICO.

Vamos então para a sala de visitas da capital, a Praça do Comércio, guiados por Hans Christian Andersen em Uma Visita em Portugal em 1866 e seguimos pela "larga Rua do Ouro. Aí estão os ourives, em lojas umas atrás das outras, exibindo correntes de ouro, condecorações e outros esplendores. Por esta rua se vai à maior praça da cidade, a Praça do Comércio, que se prolonga até à margem pavimentada do Tejo, onde estão os barcos ancorados. Em ambos os lados se ergue a cidade em forma de terraços sobre colinas de considerável altura".

No atlas podemos ainda viajar para Norte para o Porto de Maria Angelina e Raul Brandão, em Portugal Pequenino, "se não a mais bela, a mais pitoresca" cidade do mundo. Pelo meio do "nevoeiro que sobe, ascende" e "atropela tudo", com aqueles “bairros à beira rio” que fazem “uma cidade de sonho”, subimos "aquelas ruas íngremes", como "a dos Clérigos, com um grande dedo apontado para o céu".

E damos um pulo a Trás-os-Montes, onde podemos adivinhar que ali vamos encontrar um famoso trasmontano que é a voz de uma terra e de um povo, Miguel Torga, ou à região vizinha, a que Camilo Castelo Branco dedicou as suas oito Novelas do Minho. E não podia faltar o contributo de Eça de Queirós que em A Cidade e as Serras um dia trouxe Jacinto da sempre frenética Paris à pacata aldeia de Tormes, no Douro, onde havia de chegar à "pequenina estação", que apareceu "clara e simples, à beira do rio, entre rochas, com os seus vistosos girassóis enchendo um jardinzinho breve, e duas altas figueiras assombreando o pátio, e por trás a serra coberta de velho e denso arvoredo".

Hoje, ainda desembarcam passageiros em Tormes, alguns em peregrinação literária à Casa-museu de Eça. Coisa dos tempos, esta peregrinação pode ser hoje feita sem sair de casa, através de uma aplicação, "que não funciona maravilhosamente", admite Ana, mas que nos permite percorrer Portugal (quase) de lés-a-lés, guiados por escritores, obras e temas ou saltando de concelho em concelho.


Tormes, descrito por Eça em A Cidade e as Serras


Sete anos depois do início deste projecto de investigação, desenvolvido em conjunto com o Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o Instituto de História Contemporânea, a Fabula Urbis e a Fundação Eça de Queiroz, são quase sete mil excertos recolhidos por investigadores e por outros “leitores de paisagens literárias”, depois da leitura de mais de 350 obras de mais de 170 escritores, do século XIX aos dias de hoje. Mas ainda “há tudo por fazer” num mapa que ainda tem muito país por preencher.


"Os lugares são como as pessoas, têm que amadurecer"

Já percebemos que Miguel Torga, Camilo Castelo Branco ou Eça de Queirós são alguns dos escritores clássicos presentes nos habituais roteiros literários. Mas, porque esta base de dados se vai fazendo "pelo gosto dos cidadãos", muitos dos autores escolhidos fogem ao rol dos clássicos, permitindo contar as histórias dos espaços a partir de outras vozes.



O Cais das Colunas, na zona Ribeirinha de Lisboa, descrita por Lobo Antunes em As Naus.


Até porque cada autor tem a sua própria "geografia literária". Por exemplo, de António Lobo Antunes, há 213 excertos na zona de Lisboa. "As obras que temos do Lobo Antunes desenham o seu mapa literário. Nota-se que está mais concentrado em Lisboa, mas tem uma geografia própria" que vai além do espaço físico e espelha uma realidade social, política, económica, uma vivência ora mais urbana, ora mais rural, explica Ana Isabel Queiroz. Por isso, quis estudar a evolução da paisagem lisboeta e acabou a estudar 35 romances, desde o século XIX até à actualidade, que retratam a capital.

"Olhámos para todos da mesma forma, como se aquelas obras fossem todas uma, não sobre as palavras que usaram, mas sobre o espaço da cidade de Lisboa que utilizaram. E concluímos que os escritores do século XIX não retrataram a cidade da mesma maneira que os escritores da actualidade. Claro que já estávamos à espera que isso acontecesse. Mas não sabíamos quais eram as diferenças”, explica.

Dividiram os livros em quatro períodos: Monarquia, I República, Estado Novo e Democracia. Cartografaram todos os pontos que estavam dentro do romance e uniram-nos. "Chamamos a isto o espaço literário do livro", diz. E perceberam que no período da Monarquia o espaço comum é muito concentrado no centro da cidade, nas zonas do Chiado e Rossio, na República expande-se do centro, no Estado Novo volta a concentrar-se e já em Democracia volta a ser mais alargado.

"Aquilo que é a representação que mais escritores fazem vai-se ampliando. A noção de cidade vai aumentando”, nota. O imaginário da cidade na Democracia já não está confinado a esta "cidadezinha do século XIX". Mas, ressalva, que "apesar de a cidade ter aumentado, a parte literária não acompanhou esse crescimento". Porquê?

Porque há "uma espécie de tempo de espera" até que um espaço entre na cidade. "Há algum escritor a escrever agora sobre a Alta de Lisboa? Ainda não, porque aquilo ainda é considerado um subúrbio, um arredor, ainda não há histórias". E os lugares também precisam de um tempo de vivência. "Os lugares são como as pessoas, têm que amadurecer".


"Não deixamos de ter escritores a escrever paisagens literárias"

Este projecto de investigação tem vivido da divulgação, diz Ana Isabel Queiroz. Por isso, as leituras têm vindo para a rua ter com os leitores em percursos literários que começaram em 2012, com o propósito de pôr a literatura e contar a história da cidade. O último roteiro literário foi centrado no coração de Lisboa – do Chiado ao Marquês de Pombal - para marcar a abertura da Feira do Livro, em Junho passado.


Link



terça-feira, 7 de março de 2017

Os 10 blogues mais lidos em Portugal (e mais alguns)



"Num tempo em que todos têm Facebook, muitos aderem ao Instagram e vários comunicam através do Twitter, ainda há espaço para os blogues? Quem toma conta dos seus com afinco não tem dúvidas. O i dá-lhe a conhecer os mais populares

Se recuarmos 15 anos, chegamos a um mundo sem Facebook, Instagram ou Twitter. Já comunicávamos através de telemóveis e sabíamos usar a internet, mas uma nova forma de interagir estava a começar a dar nas vistas: os blogues.

Hoje em dia, alguns bloggers portugueses continuam a ter milhares de leitores, mas a maioria acabou por perder terreno com o crescimento das redes sociais. Para Paulo Querido, jornalista e autor de livros como “Blogs” e “O Futuro da Internet”, este problema era “previsível”, pois a componente social – elementar na disseminação dos blogues – foi transferida na sua totalidade para as redes sociais. “Portugal não fugiu à regra internacional de perda de socialização para os sites Facebook e Twitter, sobretudo”, explica ao i.

O especialista aponta duas razões para a preferência das redes sociais: o imediatismo das reações e a forma como os conteúdos são disponibilizados aos utilizadores. “As plataformas organizadas, como o Facebook e o Twitter, produzem gratificação mais rápida, praticamente instantânea. [Para além disso], especializaram-se em modelos editoriais e de distribuição de conteúdos que são muito superiores às ferramentas disponíveis nas plataformas de edição de blogues”, afirma Paulo Querido.

Se as redes sociais tiraram “mercado” aos blogues, há, também nesta área, quem as tenha sabido usar em seu proveito e o fenómeno não desapareceu completamente. As páginas no Facebook e no Instagram, por exemplo, ajudam os autores a publicitar os seus blogues, angariando mais leitores. “Planeamentos específicos podem canalizar tráfego para os blogues e gerar algumas comunidades em torno de ideias e conceitos”, diz Paulo Querido. Mas a blogosfera portuguesa tem um calcanhar de Aquiles importante quando se trata de tirar partido das redes sociais: “É maioritariamente genérica, individualista e sem foco”, frisa o especialista, que alerta para o cansaço que o trabalho em duas plataformas diferentes pode provocar: “[Usar as redes sociais como forma de publicitar os blogues] envolve uma grande carga de trabalho e um sentimento de inutilidade, pois a maioria desse trabalho vai beneficiar as plataformas, sobrando muito pouco para os bloggers. Mas não há grandes alternativas.”

Se o enquadramento é este, o facto é que há bloggers que continuam a atrair milhares de leitores. E trabalham para isso.

O blogue mais doce

Segundo o site Blogómetro, página que fornece estatísticas relacionadas com as visitas aos blogues portugueses, os blogues dedicados ao lifestyle e ao desporto dominam a lista das páginas com mais visualizações, possuindo a maioria conta nas redes sociais.

“A Pipoca Mais Doce” é, provavelmente, o blogue mais conhecido de todos e ocupa o primeiro lugar neste ranking, com uma média diária de 26 184 visitas. É apresentado como um “blog pessoal, (às vezes) humorístico e (quase sempre) sarcástico”, e aborda vários temas – da literatura à saúde, passando por futebol, cultura, restaurantes, viagens, temas de atualidade e peripécias do dia-a-dia da autora, Ana Garcia Martins.

“O blogue foi criado em janeiro de 2004 e coincidiu com a altura em que comecei a trabalhar como jornalista. Fui para jornalismo por ser a profissão que me permitia fazer o que eu mais gostava – escrever –, e não tanto por aquela coisa da investigação ou de conseguir manchetes”, lembra ao i Ana Garcia Martins.

“Quando comecei a trabalhar (na altura, no jornal “A Capital”) rapidamente percebi que o meu tipo de escrita e as coisas sobre as quais eu gostava de escrever não tinham espaço num jornal, por contingências editoriais óbvias, por isso vi nos blogues – que estavam a surgir naquela altura – uma ótima plataforma para divagar sobre tudo o que me apetecesse.”

Quando “A Pipoca Mais Doce” surgiu, a blogosfera estava a dar os primeiros passos em Portugal e era difícil angariar leitores. No caso de Ana Garcia Martins, o “passa-palavra” funcionou e, aos poucos, começou a formar-se uma comunidade de seguidores, algo que hoje em dia, com as redes sociais, parece muito mais fácil de conquistar. “Há 13 anos era inimaginável pensar no conceito de ‘blogger profissional’. A verdade é que o blogue acabou por ter um crescimento brutal, superou todas as minhas expectativas. De repente tornou-se um dos blogues mais lidos em Portugal e, mais do que isso, transformou-se no meu trabalho. Felizmente, a curva continua a ser ascendente, por isso acho que a evolução tem sido muito positiva.”

No total, o blogue já acumulou quase 90 milhões de visualizações, apesar de o contador de visitas só ter sido instalado cerca de seis anos depois da criação do mesmo. Mas “A Pipoca” também está nas redes sociais: no Instagram, Ana Garcia Martins tem mais de 142 mil seguidores, e no Facebook mais de 246 mil “gostos”. O segredo do sucesso? Existir uma identificação entre quem escreve e quem lê, defende Ana Garcia Martins: “Acho que os leitores se identificaram com as minhas histórias por eu ser um bocadinho a ‘girl next door’: alguém com problemas, preocupações e alegrias iguais às de tantas outras pessoas. Por outro lado, é um blogue que nunca se escusou a ter uma opinião, independentemente do assunto. Hoje em dia, a grande maioria dos blogues parece-me demasiado neutra, quase como se se receasse dizer o que realmente se pensa.”

No Poupar está o ganho

“A Pipoca Mais Doce” não é único exemplo de êxito em Portugal. No segundo lugar da lista do Blogómetro surge a página “Poupadinhos e com Vales”, um blogue dedicado (como refere a página) à poupança e criado em 2013. Teve a sua origem num grupo fechado no Facebook que em menos de uma semana conseguiu cinco mil membros.

“Sempre fui uma pessoa muito poupada e sonhava mesmo com isto. Queria muito que as pessoas fizessem o mesmo que eu e que descobrissem o quanto era fantástico este mundo das poupanças”, conta ao i Janine Medeira, autora da página. O blogue surge em pleno pico da crise e foi fácil ganhar seguidores. “Era uma espécie de sonho guardado que pensei não vir a concretizar. Quando comecei a receber agradecimentos vindos de todo o país, percebi que tinha atingido o objetivo principal: ensinar os meus grandes truques de poupança e pôr toda a gente a poupar.”

Professora na Universidade do Algarve e com uma vida profissional bastante preenchida, Janine teve de deixar o emprego que tinha em duas escolas – onde dava formação – para conseguir alimentar o blogue que, ao fim de três anos de existência, venceu o prémio de melhor Blogue na Categoria de Economia e Negócios a nível nacional. “Fi-lo porque vi muito potencial na plataforma e as pessoas esperavam por artigos novos, por respostas às suas mensagens, emails e comentários. Não podia desiludir quem confiava em mim. Fiz o blogue para ajudar as pessoas: não conseguia deixá-las à espera durante dias para só depois responder às suas dúvidas.” A ideia acabou por mudar-lhe a vida. “A nível pessoal, atualmente tento trabalhar a todo o gás enquanto os miúdos estão na escola, para depois me dedicar a 100% à família assim que todos chegam a casa.”

O blogue oferece as últimas novidades no que diz respeito a promoções, vales e amostras, seja qual for a área de consumo. Mas, além disso, Janine criou rubricas próprias onde dá dicas sobre vários temas, como moda e culinária – sempre apresentando os preços mais baixos.

Ao longo dos últimos quatro anos, já acumulou mais de 28 milhões de visualizações. E, no Facebook, a página do blogue tem mais de 233 mil “gostos”.

Uma cozinha para todos

No terceiro lugar da lista dos blogues mais lidos surge o “Benficaholic”, uma página dedicada ao Benfica, apresentando as últimas notícias relacionadas principalmente com a equipa de futebol do clube. Tem uma média de 1992 visitas diárias.

Logo a seguir surge um blogue completamente diferente, o “Cinco Quartos de Laranja”, com publicações dedicadas ao paladar e à criatividade na cozinha. Criado por Isabel Zibaia Rafael há 11 anos, este é um dos blogues portugueses mais antigos da blogosfera na área da alimentação e viagens, a publicar sem interrupções desde a data de lançamento.

O nome é curioso, mas também tem uma explicação simples. “A ideia surgiu ao ler o romance da escritora Joanne Harris ‘Cinco Quartos de Laranja’. Na altura senti necessidade de falar da minha vida tendo como ponto de partida a comida, tal como acontecia na obra. No romance existe uma herança que é um livro de receitas que a autora usa para falar dos aspetos que marcaram a sua vida e da sua família. Gostei tanto da ideia que decidi fazer algo idêntico”, lembra ao i a autora.

O blogue procura, para além de partilhar receitas, explorar viagens, visitas a restaurantes, idas ao cinema, livros, dicas e outros assuntos pessoais. Isabel Zibaia Rafael faz um planeamento semanal daquilo que tenciona escrever, tendo sempre como base os restaurantes que frequenta, os pratos que faz em casa e as experiências do seu dia-a-dia.

Também Isabel soube aproveitar o alcance das redes sociais. Tem uma página no Facebook com mais de 147 mil “gostos” e já conquistou mais de 3900 seguidores no Instagram, que acompanham o trabalho que vai desenvolvendo no blogue. Segundo a autora, a mudança nas interações sociais na internet, nos últimos anos, não trouxe qualquer estagnação ao projeto. Tanto o blogue como as páginas nas redes sociais têm tido um crescimento constante.

Em 2016, o blogue registou mais de 10 mil visualizações por dia e foi este sucesso que fez com que, desde há dois anos, Isabel conseguisse dedicar-se a tempo inteiro às suas plataformas: “Neste momento, para além de rubricas patrocinadas e exploração da publicidade no blogue, promovo workshops de cozinha em Lisboa e no Porto e realizo showcookings para marcas. Participo também em eventos e palestras, e colaboro regularmente com revistas. Desenvolvo receitas para marcas tanto nacionais como estrangeiras”, enumera. E, desde 2012, já publicou três livros de cozinha (“Cozinha para Dias Felizes”, “Delicioso Piquenique” e “O Livro de Petiscos da Isabel”). No ano passado foi presença assídua na televisão, com uma colaboração às quartas- -feiras no programa da RTP1 “A Praça”. E o trabalho nunca para. “Há sempre emails a responder, sejam convites, dúvidas dos leitores ou envio de orçamento”, explica. “O ‘Cinco Quartos de Laranja’ é uma paixão!”

A fechar o top-5 divulgado pelo Blogómetro está “A Mulher É Que Manda”, um blogue criado por Mónica Santana Lopes para partilhar as suas experiências como mulher e mãe, os seus gostos e ansiedades e o seu quotidiano.

“[É possível alimentar este blogue] com muita organização, menos horas de sono, mais olheiras e rugas”, resume a autora. “Sou responsável de comunicação de um centro hospitalar, por isso, o meu dia é dedicado ao emprego. Quando saio, dedico-me às minhas filhas, ao meu marido e à casa, e quando elas se deitam atiro-me ao blogue. Durante o fim de semana também dedico parte do tempo a escrever, a criar, a fazer produções fotográficas… Mas tentando sempre conseguir conciliar tudo isto com o tempo de família.”

Mónica Santana Lopes acredita que o segredo por detrás dos cinco anos de sucesso do projeto reside no facto de ser genuíno e não imitar o que já existe. “Aprendi muito, mudei bastante como pessoa, na forma como me apresento ou escrevo. Perdi medos e vergonhas, por isso acho que o blogue me tem feito evoluir como blogger e como pessoa”, afirma a autora, que conta já com mais de seis milhões de visualizações no seu blogue e 114 mil seguidores no Facebook.

Um “blogue-farmácia”

A lista dos dez blogues mais lidos em Portugal completa-se com páginas dedicadas aos mais diferentes temas.

No sexto lugar surge “Internet para Todos”, um blogue dedicado à tecnologia que, apesar de não ser atualizado desde 2014, continua a estar entre os mais vistos.

Segue-se “As Minhas Pequenas Coisas”, um blogue simples que fala sobre aspetos do dia-a-dia e gostos pessoais – maternidade, moda, música, comida, tudo o que faz parte do quotidiano de uma mulher está naquele blogue.

A oitava posição vai para o “Aspirina B”, um blogue dedicado a questões políticas e à atualidade nacional. Na décima posição está “Deixa Passar o Maior de Portugal”, outro blogue dedicado ao Benfica. Pelo meio, na 9.a posição do ranking do Blogómetro está o “Quadripolaridades”, criado em 2007 por duas pessoas com ideias completamente diferentes (daí a polaridade no nome).

“Não é propriamente um blogue temático. O meu marido chama-lhe, com alguma graça, ‘blogue-farmácia’, pois diz que se pode encontrar de tudo por lá”, explica Liliana, a autora que mantém a página ativa e que começou a dedicar-se aos blogues em 2004, “na altura em que as pessoas nem sabiam bem o que era um blogue”.

Não tendo um tema nem uma linha exclusiva como fio condutor, acaba por abordar temas da atualidade, estados de espírito, críticas sociais e reflexões mais íntimas. “Não o considero um blogue de lifestyle, mas acaba por ser uma espécie de diário digital”, diz a autora.

O “Quadripolaridades” faz agora dez anos e desde 2012 que Liliana abdicou do anonimato para participar na organização de um evento solidário. “A perda do anonimato trouxe uma série de pessoas (familiares, amigos, colegas de trabalho) a lerem o blogue, o que veio gradualmente a hipotecar alguns temas sobre os quais me dava algum gozo desabafar mas que, nesta nova dinâmica, deixa de fazer sentido verem a luz do dia”, confessa a autora.

Quanto à “rivalidade” entre blogues e redes sociais, Liliana concorda que estas plataformas se complementam: “As redes sociais trouxeram uma maior mediatização das pessoas que escrevem blogues, vincando-lhes a sua identidade real, permitindo que leitores pesquisem no Facebook as suas relações familiares, no Linked-In os nomes de entidades empregadoras e, no Instagram, rotinas e espaços. Penso que as redes sociais aproximam os leitores dos bloggers e alimentam a leitura dos respetivos blogues”, conclui Liliana, que tem mais de 19 mil “gostos” no Facebook.

Os menos conhecidos

Os blogues de figuras públicas tendem a ter sempre mais destaque. O comentador Cláudio Ramos fala sobre a atualidade cor-de- -rosa na sua página “Eu, Cláudio” e a apresentadora Cristina Ferreira dedica--se à moda, viagens e gastronomia na sua página “Daily Cristina”. Fátima Lopes e Teresa Guilherme são outras apresentadoras com blogues ativos.

Mas, neste mundo dos diários online, não é preciso ser famoso para ter centenas de fãs e há muitos outros blogues que, não estando no top-10 do Blogómetro, são casos de sucesso. Podem não dar tanto nas vistas, mas mantêm um número de seguidores fiéis que os acompanha ao longo de centenas de publicações.

É o caso de Mafalda Sousa, uma mulher de Abrantes que gere o blogue “A Felicidade é o Caminho”, dedicado a temas que fazem a autora (e quem a lê) feliz.

Com mais de dois milhões de visualizações, o projeto requer uma boa dose de planeamento. “Para que as coisas funcionem, tenho um mapa de tarefas onde planeio o que devo fazer ao longo do dia”, explica a autora.

Todos os dias faz pesquisas para futuras publicações, basicamente sempre que tem uma pausa ou antes de dormir. “Também estou habituada a levantar- -me cedo, cerca das seis. E é nesse horário que consigo escrever, normalmente ao fim de semana. Não escrevo tanto quanto gostaria, mas de momento é o que é possível”, conta Mafalda Sousa.

Numa blogosfera que continua a ter centenas de páginas para explorar em português, os métodos de quem está do outro lado do ecrã são tão variados como os temas. Carlos Fernandes, autor do blogue “Vício da Poesia”, prefere não ter um plano de tarefas e escreve apenas quando lhe apetece: “Apenas publico quando estou satisfeito com o que escrevi. E de entre os variados artigos em desenvolvimento simultâneo, condições fortuitas fazem com que este ou aquele me satisfaça e publique.”

Já o blogue do escritor e jornalista José de Matos-Cruz, “Imaginário-Kafre”, funciona de uma forma completamente diferente: “Tem uma apresentação semanal, uniforme e sistematizada, com incidência virtualmente histórica. Quando existem temas de atualidade que considere relevantes, são inseridos como ‘Extra’”, explicou o autor ao i.

Catherine Labey e Jorge Magalhães nasceram em 1945 e 1938, respetivamente. São, por isso, bloggers maduros e mostram como não há limites para qualquer um se iniciar nestas lides. Têm vários blogues dedicados principalmente à pintura e literatura, destacando-se as páginas “O Gato Alfarrabista” (sobre banda desenhada) e “O Voo do Mosquito” (dedicado à revista “Mosquito”). “Criámos cada blogue com determinado objetivo. Eu sou ilustradora e gráfica e adoro gatos. Jorge Magalhães está como peixe na água em relação à BD, de que é grande colecionador, e porque dirigiu várias revistas da especialidade, como o ‘Mundo de Aventuras’, entre 1974 e 1987”, sublinha Catherine ao i.

Se o investimento em tempo e ideias é grande, os autores chegam a locais que nunca imaginariam alcançar: “Descobri que os gatos são um tema muito apreciado. O meu blogue ‘Gatos, Gatinhos e Gatarrões’ é visto nos cinco continentes, em países que nunca sonhei poder visitar”, remata a autora".




terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Um guia de Lisboa escrito por uma turista londrina / A Guide to Lisbon by a Londoner



Gosto de saber como os turistas estrangeiros veem Portugal. Principalmente se gostam. Fico com aquele orgulho patriota. :)

Reproduzo aqui o primeiro parágrafo de um post que encontrei no Pinterest: "My Guide to Lisbon":

"Olá
I think my last visit had to have been at least my sixth to Lisbon. At least. I wouldn’t consider myself an expert on the city by any means, but this time I jotted down a few addresses that I’d been to before or new places that I’d heard about to take some snaps for a little guide here on the blog, in the hope that one day it’ll be handy to a few of you, or at least convince you that a trip to Lisbon is totally worth it!!"

Saibam o que Carrie, uma londrina de 26 anos recomenda no seu blogue a quem visita Lisboa AQUI. A foto acima é dela.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

"Quem lê livros não só é mais inteligente, é também a melhor pessoa para você se apaixonar"



sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Estudo da Universidade de Roma prova que ler deixa as pessoas mais felizes



É senso comum dizer que ler faz bem, que proporciona aos leitores inúmeros benefícios intangíveis. No entanto, é difícil encontrarmos estudos que comprovem essas teses. Ou era difícil. Investigadores da Universidade de Roma 3, em Itália, realizaram um trabalho com cerca de 1.100 pessoas para encontrar a resposta para duas questões: «Quem lê livros é mais feliz do que quem não lê?» e «A leitura melhora o nosso bem-estar»? A conclusão, apresentada no artigo «The Happiness of Reading», é bastante clara: os leitores são mais felizes e encaram a vida de forma mais positiva que os não leitores.


Leia mais AQUI.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Um artigo para pensar: "O tempo das bibliotecas privadas está a acabar"?

Digo já que não concordo com o Pacheco Pereira. Não acho! Vivo rodeada de pessoas  que alimentam metodicamente as suas bibliotecas, que lêem. E que lêem tanto livros digitais como em papel. Eu leio nos dois suportes. E leio muito.
O espaço sim, é um factor mas, por isso, a biblioteca cá de casa está em permanente evolução: há muitos livros que saem para outros entrarem.
Os miúdos lêem, vão à biblioteca da escola requisitar livros mesmo com toda a palafernália de telemóveis, computadores e tablets...Enfim, sou mais optimista no que concerne à relação dos portugueses com a literatura.


Chi Yung-chi


Mas deixo-vos o artigo de José Pacheco Pereira para que digam de vossa justiça:

"Pelo trabalho que tenho tido de salvar livros e papéis, posso perceber algumas tendências da relação das pessoas com os livros, e ver o modo como, na substituição das gerações, numa elite letrada e educada, algumas coisas estão a mudar. É ainda uma observação muito impressionista, mas penso que fundada. Resumindo e concluindo: está a morrer uma geração que tinha muitos livros, pequenas e médias bibliotecas, e a geração dos seus filhos e netos não sabe o que há-de fazer com aquilo que herda. Não digo isto em sentido pejorativo, até porque seria contra o meu interesse próprio, pois tenho recebido muitas ofertas de bibliotecas, algumas integrais, e compreendo bem demais como os livros se podem tornar um ónus para os mais novos, que não têm condições, nem casas, nem interesse em os manter. Mesmo que os mantivessem, seriam bibliotecas mortas, sem ser usadas ou alimentadas. E uma biblioteca para ser viva precisa de alimento, de livros novos.

Muita gente pensa que uma casa sem livros, ou quase sem livros, como muitos jovens têm, é o resultado de uma substituição de uma tecnologia por outra. Não precisam de livros em papel porque está “tudo” na Internet, e há ebooks, e podem ler no telemóvel, no tablet, no ecrã do computador, tudo o que querem, de graça e sem ocupar espaço nas casas cada vez mais exíguas. Não penso isso, não penso que a substituição da leitura física dos livros em papel, por livros no Kindle, ou em qualquer outro suporte, é comparável ou é uma mera substituição de suporte. É outra coisa.

É verdade que mais gente lê hoje do que no passado, com a democratização do ensino e o avanço da escolarização. Mas haver mais gente a ler, não significa que se reproduzam o mesmo grau qualitativo de leitura, de necessidade de leitura, de intensidade de leitura, o hábito quase quotidiano de ler e de ler durante um tempo que hoje seria tido por “muito tempo”. A verdade é que as pessoas estão a ler de forma diferente, mas também é verdade que estão a ler menos porque, se não fosse assim, se podiam “desfazer” das pesadas bibliotecas de seus pais, mas estariam a fazer a sua, uma estante ou duas, de livros realmente lidos, ou seja, teriam mais livros do que têm. Leitores dedicados, com a mesma pulsão do passado, em ecrã, ainda é uma maravilha que está para aparecer. Duas horas a ler um romance, era um tempo trivial de leitura há 40 anos. Quem é que está duas horas diante de um ecrã a ler Balzac, Faulkner, Roth ou Coetzee? E utilizo deliberadamente estes exemplos, porque quem lê estes autores lê-os em livro, até porque, razão grande, é mais cómodo. E também não me parece que façam o mesmo a ler literatura policial, ou ficção científica ou romances cor-de-rosa, num ecrã.

Não escrevo isto por qualquer nostalgia do cheiro dos livros ou da textura do papel. Percebo que há vários tipos de livros que são substituídos com vantagem por um ecrã, e o hipertexto dá uma dimensão completamente nova a um certo tipo de leitura, introduzindo volume e dimensão espacial à folha fixa do papel. Manuais técnicos, livros de referência, enciclopédias (em parte), livros técnicos, cada vez têm mais sentido apenas em versão electrónica.

Poemas, artigos, pequenos contos, rápidos, também não fazem grande diferença. O tempo que se demora a ler é um factor. Como é um factor a fluidez da leitura de ficção, que é linear e não se coaduna com o volume do hipertexto. Mas digam-me quantos dos leitores deste artigo, novos ou velhos, leram alguma vez Eça de Queirós, Cardoso Pires, Saramago, Esteves Cardoso, Margarida Rebelo Pinto, num ecrã?

Coloquem-se a ler um livro de papel ou a ler um livro no ecrã. O texto é o mesmo, mas há várias coisas que fazemos, mesmo inconscientemente e que se fazem melhor num livro em papel do que num ecrã. Uma delas é, por exemplo, folhear, e folhear não é “procurar” como se pode fazer facilmente com um motor de busca, aí o ecrã tem vantagem, mas andar para trás e para a frente à procura de uma frase, um nome de uma personagem, uma descrição.
A favor do livro em papel jogam as nossas limitações físicas e psicológicas. E, enquanto elas não forem superadas por qualquer método que nos faça poder ver ao mesmo tempo mais espaço do que o que existe num ecrã de telemóvel, ver bem em letra pequena, estar confortavelmente horas diante de um ecrã, o livro mantém vantagem. E mesmo os jovens que estão o dia todo dependurados num telemóvel não estão a ler, mas a receber e a mandar mensagens, a ver filmes no YouTube, ou a jogar. Por isso, a tese da substituição para explicar a desaparição dos livros nas casas parece-me errada.

A gente não tem os olhos que quer, nem os ouvidos, nem a cabeça. Todos temos regras que estão inscritas no nosso corpo. As máquinas ajudam, mas não acabam com essas limitações. A máquina livro tem respondido muito bem ao nosso corpo. Tão cedo não será substituída. As razões por que as pessoas lêem menos e lêem pior são outras. Estão na sociedade, não nas tecnologias".


terça-feira, 15 de setembro de 2015

Podem os livros ajudar-nos a compreender a crise dos refugiados sírios? / Why fiction can help us understand the Syrian refugee crisis



A ficção ajuda-nos a compreender realidades fora do nosso alcance e a criar empatia com os outros. Podem os livros ajudar-nos a compreender a crise dos refugiados? Leia a resposta num artigo do The Guardian.









quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Os 4 benefícios de ler livros


Abstrair-se do mundo e ficar agarrado a uma boa narrativa já é, por princípio, uma vantagem sem igual. Mas também há recompensas físicas para quem lê, redução de stress incluída. 

Quando foi a última vez que leu um livro? Não falamos de revistas ou de artigos disponibilizados nos habituais smartphones ou tablets, mas sim de livros de capa dura e papel ou em formato digital, com um princípio, meio e fim. A pergunta não vem por acaso, até porque a ciência já veio mostrar que o hábito de leitura tem benefícios físicos e psicológicos que o podem ajudar no seu dia-a-dia. Quer saber quais são?

Reduz o stress e ajuda a dormir melhor

Se calhar não é só de um banho quente ou de uns minutos de silêncio que precisa. Um estudo de 2009, conduzido pela Universidade de Sussex, nos EUA, mostrou que ler era a forma mais eficaz de superar o stress — sim, mais eficaz do que ouvir música, beber um chávena de chá ou dar um passeio. São as estatísticas que o comprovam: segundo a pesquisa citada pelo Business Insider, apenas seis minutos de leitura ajudam a reduzir o stress até 68%. A mesma publicação conta que os livros podem, assim, ajudar a combater as insónias. Nada como experimentar, não é?

Melhora a memória

O ato de ler ao longo da vida pode ser uma das receitas para manter o cérebro em forma na terceira idade, diz o Huffington Post, que recorda um estudo publicado em julho de 2013 no jornal Neurology. A pesquisa contou com a participação de 294 pessoas que faleceram, em média, aos 89 anos — aqueles que se envolveram em atividades capazes de estimular a mente (como ler), mais cedo ou mais tarde na vida, tinham um declínio de memória mais lento do que quem não tinha esses hábitos.

Mais, existem pesquisas que relacionam a leitura com uma probabilidade mais reduzida de vir a sofrer de Alzheimer. Desta vez, falamos de uma investigação divulgada na Proceedings of the National Academy of Sciences, em 2001, que defendeu que os adultos com passatempos que puxavam pelo cérebro — como ler ou fazer puzzles — tinham menos probabilidade de vir a ter a doença. No entanto, lembra o Huffington Post, os investigadores apenas identificaram uma ligação e não uma relação de causa-efeito.
“O cérebro é um órgão como todos os outros presentes no corpo. Envelhece consoante o uso que fazemos dele”, disse, então, o autor principal do estudo, Robert P. Friedland. “Tal como a atividade física fortalece o coração, músculos e ossos, a atividade intelectual fortalece o cérebro contra a doença.”

Torna as pessoas mais empáticas

Ficar preso ou agarrado a uma história é bom sinal. Não só porque o livro é do seu agrado, mas também porque a leitura do mesmo pode fazer de si uma pessoa mais empática. Uma pesquisa partilhada pelo jornal PLOS ONE mostrou, através de duas experiências distintas, que a empatia das pessoas era influenciada pela leitura de histórias ficionais (neste caso com o cunho literário de Arthur Conan Doyle e José Saramago) ao fim de uma semana. Mas tal só acontecia quando os leitores eram emocionalmente transportados para a narrativa em questão; a falta de ligação emocional às obras deixava as pessoas menos empáticas. A julgar pela investigação, tenha cuidado com o que escolhe ler.

Pode ajudar a aliviar a depressão 

Antidepressivos? Não, livros de autoajuda. Pelo menos é isso o que sugere um estudo publicado no jornal PLOS ONE e citado pelo Guardian. A investigação em causa veio mostrar que a leitura deste tipo de livros — combinada com sessões de apoio de modo a saber como usá-los –, estava associada a níveis mais baixos de depressão ao fim de um ano, isto por comparação com pacientes que receberam a terapia habitual (antidepressivos e acompanhamento psicológico).

Posto isto, está à espera de quê? Pegue num livro e perca-se na narrativa.


Fonte: Observador em 6 de Setembro de 2015

segunda-feira, 30 de março de 2015

20 sinais de que encontraste o trabalho que te apaixona / 20 Signs You’ve Found Your Passion



It’s often not until someone prompts us to think about the work that we do that we recognise how we truly feel about it. Sometimes, all it takes is the right question to make us look at our job in a whole new light. Today, I ask you this: How would you feel if you were to stay in your line of work forever?

If, upon reading that last sentence, you were filled with warm fuzzy feelings – congratulations, you might just have found your passion. Here are 20 signs that let you know that you’ve found the passion that makes your heart sing!


  1. You consistently wake up before your alarm clock, excited to start work.
  2. The idea of building your career fills you with anticipation, not dread.
  3. You’re a little freaked out by the magnitude of everything that you have to do – not because you don’t want to do it, but because you want so badly to succeed.
  4. You “productively procrastinate” – whenever you get bogged down in one task, you take a break and distract yourself with something that benefits your passion, too.
  5. You get a little twinkle in your eye and a grin on your face whenever you’re asked what you do.
  6. You’d rather stay up working than watching TV.
  7. You sometimes dedicate your weekends to work, and don’t even mind doing so.
  8. You’ve got an insatiable appetite for books, blog articles and anything else that you can get your hands on related to your field.
  9. When you think of a life without your passion, you feel empty.
  10. You make room in your life for your passion, scheduling personal appointments and everything else around building your dream.
  11. You find it difficult to relate to people who have no desire to pursue their own dreams.
  12. You’ve found yourself cutting out negative thinkers from your life. You won’t let small minds talk you out of big ideas!
  13. You’d rather have a “dream lunch date” with your business idols than your favourite celebrities.
  14. You wake up thinking about it. You go to sleep thinking about it. Actually, there aren’t many moments where you’re not thinking about it.
  15. Your head is constantly spinning with ideas. You have brainwaves in the car, in the shower and any other inconvenient locations.
  16. You hear others complaining about their jobs and careers and, although you feel sad for them, you’re thrilled that you can’t relate.
  17. You’re constantly thinking of ways to improve your business and make it even better. You know you dream big, but you also work hard and back yourself with the confidence to try and make it happen.
  18. You start realizing that friends, family and even total strangers start coming to you for advice related to your field or entrepreneurialism. 
  19. Following your passion has taught you that you need to be working with something that you can throw your all into – whether its this passion or another one. You are no longer willing to settle for just a job that pays the bills but crushes your soul.
  20. You found yourself nodding throughout this list, reaffirming that you’ve found your place. And knowing that you’re bold enough to pursue your passion? Well, gives you a completely indescribable feeling in the most wonderful way. 
Anastasia Amour
March 16, 2015

domingo, 29 de março de 2015

Como vêem os estrangeiros Portugal e os portugueses? / Top 10 Tips for Traveling in Portugal: Ditch the High Heels!

Este texto é longo mas é muito divertido. Somos nós e o nosso país pelos olhos dos outros, dos estrangeiros que tanto gostam de Portugal.


Paulo Ossião


"I adore a stunning pair of high heels. I’m not talking about the mammoth spikes that can alternatively be used as an assault weapon, or block heels that make you walk like un-oiled stick figure; I’m referring to the elegant sensible heels that sculpt your legs into sumptuous, sleek delectables. That said, Portugal is not for the heel obsessed. Frankly, Portugal hates pumps, because no matter where you travel, you’ll inevitably hit slick cobblestone. These intricately designed death traps are stunning to look at but torturous to traverse. Either the heel will get caught in the spaces between the cobblestone, twisting your ankle into oblivion, or you’ll perpetually find yourself on your ass. Either way, your vacation will end short of fabulous, with you in a cast and your 600 euro laser cut Jimmy Choo’s abandoned in some roadside bin. My suggestion, let the natives climb medieval castles in 8 inch heels, while you lace up your hiking boots. 

Now, let’s tackle a few other handy, a bit of tongue and cheek, tips for your next trip!

TOILET SEAT

Half the population will be unperturbed by a bare bowl, but for those of you who enjoy a “sit down” experience, note this key travel tip when visiting Portugal – bring a seat! From hospitals to dive bars, get prepared for cold porcelain, because this is going to be your new reality! To date, I’m still unclear if toilet seats are considered an unnecessary extravagance here, or whether they’re swiped and resold on an the black market, but I can tell you that they’ve become my “Big Foot” of Portugal.
Suggestion: You can either tote an inflatable seat around, or use your visit to strengthen those quads as you hover precariously over the throne.

SOUP

Allow me to set the record straight, you’ve never tasted soup until you’ve visited Portugal!Portuguese soup is not just a convenient starter, it’s the cornerstone of Portuguese cuisine. From rich and chunky Sopa Alentejana made with garlic, cilantro, eggs and bread to the ubiquitous Caldo Verde containing pureed potato with shredded kale and chunks of chouriço (chorizo) sausage, there’s a soup for everyone. Soup is so ingrained in Portuguese gastronomy that when I told friends that my toddler never encountered a bowl of soup in the USA over the holidays, their response was consistently, “Wait, what!? Then what did he possibly eat?”
Suggestion: Don’t let a meal pass in Portugal without ordering soup! Every region boasts of their own creation, so get out there and start tasting!

THE DARK

I’ve recently come to the conclusion that the Portuguese must have strong ties to the bat family, because I’ve yet to enter a building that’s fully lit. No, even that’s generous. There’s simply no light! It’s not like they don’t have electricity, because they do. And it’s not as if they don’t appreciate a warm, cozy environment. They love a good fireplace! But after several decades of poverty and recession, light has been deemed an unnecessary expense reserved only for special occasions; hence, on a cloudy, overcast day, you’re screwed. It’s so bad that after having my son in the local hospital, I had to call for help after getting stuck inside the bathroom because I couldn’t locate the handle for the door. (photo by christian.parreira)
Suggestion: Channel your inner bat. Turn off the lights in your house, don a pair sunglasses, and practice maneuvering the space without killing yourself. For the practical among you, simply download a flashlight app to your phone and attach a small torch to your keychain. When in bind, these will save your life.

LANGUAGE

To me, European Portuguese sounds like a drunk Russian hooked up with a Spaniard! The easiest way to understand the sound is to place a large dollop of peanut butter in your mouth and say “shhh” intermittently, and voila, you’re a native speaker! When we first moved to Porto a few years ago, I naively believed that my Spanish would carry me through without a hitch. I was clearly ignorant and smoking crack because it’s not only one of the most difficult latin languages to master, but one of least sensual for me. The one redeeming characteristic is the people themselves. Because of who they are, the language transforms into a sound that ebbs and flows with the ocean. Not my favorite of all languages, but it has its redeeming aspects. Not only that, the majority of the country speaks several languages (including English), so you’re in good hands.
Suggestion: Just about every language tool in existence is geared toward Brazilian Portuguese, which is by no means the same language!! Consequently, I suggest you find a sexy Portuguese lover who can’t speak a lick of English. I’m not promising that the rest of your life will be drama free, but I guarantee that your Portuguese will go from zero to a novel’s worth of vocabulary in no time! Either that or check out this website for several language tools. 

CROSSWALK

Unlike Spain, where the zebra crossing is taken with the utmost seriousness, you might as well sign your will prior to leaving your home country, because the Portuguese have zero idea what a crosswalk is! Why we haven’t substituted the Italians for Portuguese as the most insane and ill equipped to be behind the wheel is beyond me, but I do know that there are ways to survive your trip unscathed. First, never cross the street until the car has come to a full stop. If you go all New York bravado on them, you’ll wind up in a full body cast. Don’t do it unless your 8 feet tall and built like a rugby player. Second, always be on the defensive. Assume that you’re completely invisible, because you are! Whether you’re in a car, or simply walking down the street, this is a mindset that will save your life. 
Suggestion: Either wrap yourself in blinking Christmas lights during your visit or simply remain attentive and alert when near traffic.

CHILDREN WELCOME!

How many times have you gone to a restaurant and either experienced, or watched, a server glance sideways at a child in a judgmental, critical manner? Unless your child is demon’s spawn, prone to fits of passionate fury, tantrums, theft or assault, you’ll never ever find that here. Portugal absolutely adores children of all ages. To give an example of how insanely obsessed they are with tiny humans, I’ve had my son welcomed in michelin starred restaurants, adopted by every grandmother in the country, entertained by medical staff during my routine check-ups, given priority in government offices and totally showered in hugs and kisses at school. When I say that Portugal is filled with some of the nicest people on Earth, I mean it, but this applies 1,000 fold to children. (photo by pedrosimoes7)
Suggestion: If your kid is needing some serious tender loving care, get your family to Portugal!

THE ATLANTIC

Despite Portugal’s snuggly relationship alongside Spain, and its ridiculously hot summers, do not expect a Mediterranean climate throughout the country! The famed warmth can be found on the interior of Portugal, far from the touristy areas, or south near the Straits of Gibraltar. If you’re north of Lisbon, along the 8,000 sq. plus miles of sandy beaches where Mother Nature is both schizophrenic and manic depressive, get prepared. Within a 24 hour period, you may experience gail force winds, gorgeous blue skies, torrential rain and freezing cold temperatures. On a good day, you’ll get two out of four…not bad!
Suggestion: Follow the lead of a Portuguese grandmother and always dress in layers…lots and lots of layers. Zip off pants, t-shirt, wool sweater, rain jacket, hat, etc, you get the idea. Prepare for the worst and expect the best!

COFFEE

Much like Spain, coffee is an integral part of the Portuguese culture. But if you’re envisioning a gargantuan bucket of half skim mocha layered in pixie dust, think again. The Portuguese are straight-shooters and want nothing more than a shot of espresso…period. At their most complicated, it’s an espresso with milk and sugar. Anything beyond this is not only considered blasphemous, but worthy of having your visa revoked. Seriously, don’t do it! Learn to love espresso, because you’ll be injecting it several times a day, alongside a stupidly delicious pastry! 
Suggestion: Keep your coffee simple. Here are a few tips. Otherwise, order fresh squeezed orange juice. It’s absolutely heavenly and won’t instigate caffeine induced seizures. 

STARTERS

“Hello juicy orbs of love! How nice that you’ve graced my table alongside a heap of freshly baked bread and a small terrine of pate. Did they know I adore enormous black olives marinated in rosemary olive oil? Did they have a premonition that I adore grilled chouriço? Does Portugal love me this much that they’re willing to give this away for free?!” Take a breath my friend, because that’s a big, fat NO! Granted, they’re cheap, but not free. Tasting those mouthwatering nibbles is equivalent to a stunning woman wearing Gucci; to ignore her is impossible, but to engage will surely cost you!
Suggestion: First ask yourself, am I really so hungry that I want to sacrifice my appetite for fillers? If the answer is yes, be sure to choose wisely because you should only pay for what you eat; and if that consists of freshly grilled chouriço or juicy canned sardines, rest assured you made a wise choice!

UNADULTERATED KINDNESS

Looking for a country emanating in goodwill and kindness? Welcome to Portugal, a place where even the downtrodden go out of their way to shower you in kindness. Over the course of two years, I’ve been hugged by the homeless, given chocolate cakes by neighbours, blessed by addicts, offered free rides by taxi drivers, had my wallet returned to me intact…twice and have consistently been received with a smiley hello! I’ve even had a dapper man in his 70′s tip his beret, gently wink and say, “Lovely day Miss. I trust it will remain as beautiful as you.” It’s the one country where I’ve adopted the entire elderly population as my own grandparents. It’s that ridiculously loving!! But after decades of building a strong, thick wall of defense, I’ve had to let go of suspicion, ease my way into openness and generally take on a “shower me in love!” approach to life where strangers are simply friends I haven’t met.
Suggestion: Lap it up while you have it, because there aren’t many countries that will treat you so well!
So there you have it! From my short two years living in Portugal, and a decade of visits, this list is a compilation of the nitty gritty as I see it. However, life is subjective, and I am always open to feedback, suggestions, comments as you’ve experienced it. So please, share your story of traveling Portugal!!! And if you want to visit with people who know how to see the real Portugal, give us a ring!
Cheers",
Gabriella Opaz, March 4, 2015
Fonte: Catavino

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